Pequenas
loucuras
Vivemos
de forma muito uniforme, pegando sempre os mesmos caminhos, ouvindo as mesmas
músicas e pensando sempre de forma igual. Uma vez li um texto que dizia que uma
pessoa que faz as mesmas coisas, sempre com a mesma rotina, durante dez anos de
sua vida, terá vivido em experiências o equivalente a um ano apenas! É
assustador.
Fico
pensando o porquê disso, mas acho que compreendo. Existem tantas opções a
disposição que fica muito mais fácil escolher um caminho, testá-lo e, se
satisfatório, seguir sempre por ele. Essa atitude é até eficaz, pois poupa
tempo e dinheiro, no entanto extingue também as chances de viver de forma
plena, de conhecer novas rotas, pessoas, sabores.
O que
nos resgata dessa situação é aquela pequena loucura de cada dia, aquele sorvete
que você toma quando está de dieta, a surpresa feita a pessoa amada. Essas
pequenas loucuras são o que nos diferenciam das máquinas, de um robô. Viver
sempre da mesma forma nos torna pessoas apáticas e burras, até porque o
conhecimento vem da experiência, o próprio método científico é baseado nisso –
levantar uma hipótese, testá-la e comprová-la ou descarta-la – ou seja, é
preciso tentar e arriscar.
Seguir
pelo caminho seguro e racional pode e, geralmente, é efetivo, mas será que
merecemos algo apenas efetivo? Ou podemos e devemos buscar a emoção? Viver
sempre da mesma forma não é viver é repetir e a repetição só nos dá mais
conhecimento sobre aquilo que na verdade já sabemos. É preciso arriscar e fazer
pequenas loucuras, mesmo que essa loucura seja escolher um prato diferente do
habitual é isso que nos torna diferentes de um peixe, aliás até os peixes nadam
por caminhos distintos.
Se a sua
pequena loucura der errado não se entristeça, nessa vida o que vale é tentar e
nada que nos ocorre é de todo um desperdício, de tudo obtemos um aprendizado,
mesmo que seja um exemplo do que não fazer. Apenas não se prenda à rotina e no excesso de racionalização. Sintoniza numa rádio nova, calce o tênis e vá!
Gabriella
Camargo.