sexta-feira, 6 de março de 2015

Pequenas loucuras

Vivemos de forma muito uniforme, pegando sempre os mesmos caminhos, ouvindo as mesmas músicas e pensando sempre de forma igual. Uma vez li um texto que dizia que uma pessoa que faz as mesmas coisas, sempre com a mesma rotina, durante dez anos de sua vida, terá vivido em experiências o equivalente a um ano apenas! É assustador.

Fico pensando o porquê disso, mas acho que compreendo. Existem tantas opções a disposição que fica muito mais fácil escolher um caminho, testá-lo e, se satisfatório, seguir sempre por ele. Essa atitude é até eficaz, pois poupa tempo e dinheiro, no entanto extingue também as chances de viver de forma plena, de conhecer novas rotas, pessoas, sabores.

O que nos resgata dessa situação é aquela pequena loucura de cada dia, aquele sorvete que você toma quando está de dieta, a surpresa feita a pessoa amada. Essas pequenas loucuras são o que nos diferenciam das máquinas, de um robô. Viver sempre da mesma forma nos torna pessoas apáticas e burras, até porque o conhecimento vem da experiência, o próprio método científico é baseado nisso – levantar uma hipótese, testá-la e comprová-la ou descarta-la – ou seja, é preciso tentar e arriscar.

Seguir pelo caminho seguro e racional pode e, geralmente, é efetivo, mas será que merecemos algo apenas efetivo? Ou podemos e devemos buscar a emoção? Viver sempre da mesma forma não é viver é repetir e a repetição só nos dá mais conhecimento sobre aquilo que na verdade já sabemos. É preciso arriscar e fazer pequenas loucuras, mesmo que essa loucura seja escolher um prato diferente do habitual é isso que nos torna diferentes de um peixe, aliás até os peixes nadam por caminhos distintos.


Se a sua pequena loucura der errado não se entristeça, nessa vida o que vale é tentar e nada que nos ocorre é de todo um desperdício, de tudo obtemos um aprendizado, mesmo que seja um exemplo do que não fazer. Apenas não se prenda à rotina e no excesso de racionalização. Sintoniza numa rádio nova, calce o tênis e vá! 

Gabriella Camargo.