Sozinhos na multidão
Ninguém
nasceu para viver sozinho, até as pessoas tidas como mais desajustadas, em
muitos momentos necessitam apenas de sentirem-se inseridas em algum grupo e,
muitas vezes, esse desajuste se desfaz. Infelizmente adotamos um estilo de vida
extremamente individualista e egoísta e acabamos nos isolando.
A
internet trouxe muitas mudanças e facilidades para a vida do homem
contemporâneo, porém é importante lembrar as desvantagens que ela suscitou.
Temos nos afastado cada vez mais uns dos outros, habitando mundos diferentes no
mesmo metro quadrado.
É
comum mantermos contato apenas sob a proteção da armadura chamada rede social.
Apesar de nos apresentarmos cada vez mais desinibidos, com fotos sensuais e da
vida íntima de nosso seio familiar expostas, por exemplo, nunca estivemos mais
frios por dentro, preocupados em demonstrar uma vida perfeita, de comercial de
margarina, ao invés de vivê-la, perfeita ou não.
Por
que estamos tão dominados pelo medo de interagir verdadeiramente com as
pessoas? Qual o sentido de falar com alguém que está ao seu lado fisicamente
por mensagem? São questões difíceis de responder. Sozinhos na multidão. Tão
cercados por outros seres humanos e agindo de forma tão robótica e artificial.
Vale
destacar que a internet não é a causadora de tudo, é bem verdade que ela é uma
ferramenta, uma tecnologia dominada e manuseada pelo homem, por tanto, ele
decide como usá-la, com isso compreendemos que o buraco de solidão em que
estamos nos colocando foi cavado por nós e alegra-me saber que essa mesma mão
que cavou esse buraco pode se apoiar em suas paredes e sair dele.
É
preciso decidir, sozinhos na multidão?
Gabriella
Camargo.
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